Tragicómica Lusitânia
Nem Shakespeare se lembrava de fazer melhor. A corrida para as presidênciais em Portugal ganha cada vez mais desenvoltos contornos de tragicomédia, sendo que o trágico da questão (que não morra ninguém em palco, é sobretudo e ainda o que se pode pedir) sobra sempre para a barca em desmando que é Portugal.
Não tivessemos já um Shylock não hebreu que dispara com ódio visceral e obcessivo contra um Quixote que de cavaleiro da Mancha só tem a magreza, não andasse por ai a verberar um Arlequim de barba, desprezado por qualquer um dos seus amos, e um Robin Goodfellow com um rol pedante de travessuras na garganta, faria falta no coração do palco cénico mais distinta figuraça que este Lanceloto Gobbo?
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